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domingo, 8 de novembro de 2009

8
Uma Universidade e Um Vestido Rosa...

Um assunto um tanto quanto estranho tem tomado a mídia nas últimas semanas. Como todos que acompanham noticiário sabem, uma aluna do curso de turismo da Uniban, campus SBC, causou alvoroço entre seus colegas de faculdade por usar um microvestido rosa pink durante a aula. Na internet, foi postado um vídeo onde a aluna era escoltada para fora do campus com o auxilio da polícia, enquanto alunos aglomerados em volta gritavam a palavra "Puta!". O vídeo causou polêmica.. "quem é essa aluna?" "qual o tamanho do vestido?" "quem são os alunos aglomerados?" "oh Meu Deus, estamos no Talibã?"

Nas últimas semanas, essa história ganhou proporções maiores do que deveria. A aluna, distribuiu entrevistas pela mídia, participou de programas, a título de "a garota humilhada da Uniban". Os alunos da universidade, por outro lado, deram alguns depoimentos, dizendo que o comportamento da estudante sempre foi provocativo, com trajes curtos e inadequados, na tentativa de chamar a atenção durante as aulas. A "humilhada", frente a esse fato, alegou se vestir como "todas as outras garotas": com decotes, vestidos curtos e jeans colados.

Muitas comparações estranhas foram feitas nessa história. Pessoas "abismadas" sobre como que no país do carnaval, da mulher melancia, uma aluna é humilhada por ir de mini vestido para aula. Pois bem, vamos organizar esse fato?

Um erro não justifica o outro. Não é pelo fato de termos um carnaval desnudo ou "ídolos popularescos" como mulher melancia, que devemos considerar normal pessoas se vestirem de formas erradas em ambientes coletivos. É motivo de orgulho para alguém as mulheres peladas na avenida ou uma mulher carregar com felicidade a alcunha de uma fruta? Precisamos analisar esse fato de um modo simples: em regras da sociedade, até em regras internas de certas entidades, é preciso se adequar ao ambiente que se está para vestir alguma roupa. Em uma instituição de ensino ou em um ambiente de trabalho, por exemplo, não são aconselháveis decotes, roupas justas ou grudadas. Homem costuma não poder trabalhar de bermuda ou ir a universidade/colégio de camiseta regata (já ouvi muitas reclamações a respeito). Por que uma mulher pode ir de vestido curto, então?

Hoje a universidade Uniban soltou um comunicado declarando a expulsão da aluna e a punição de quem causou o tumulto. Declarou que a estudante em questão sempre teve comportamento e vestimentas inadequadas, já foi alertada diversas vezes mas nunca tomou providências. Bem ou mal, precisamos aceitar: é uma instituição de ensino particular. Eles tem o direito de elaborar suas regras e seus precedentes para aceitar ou não alunos. Eu sempre achei que essa história era um pouco mais longa do que aquela divulgada na mídia. Não consigo acreditar que a comoção pública na faculdade foi resultado apenas de um único vestido.



É assim que a aluna diz que estava vestida naquele dia. Agora, vamos combinar. Não. Não era assim. Qualquer pessoa que já viu um vestido desse pessoalmente, sabe que ele não é desse tamanho. Esse tipo de vestido sobe ao primeiro passo, ficando do tamanho de, no máximo, um palmo. Ele não é do tamanho que a foto mostra, onde está, claramente, esticado.




Foi errada a atitude dos alunos da Uniban? Foi. Independente do vestido, da pessoa, do histórico da pessoa, em momento algum deve-se tentar humilhar alguém, ainda mais por um fato tão banal. A Uniban deveria sim ter contido seus alunos antes do assunto tomar tamanha proporção. Onde estavam os professores, os diretores, o reitor dessa faculdade enquanto isso acontecia?

Agora, nada justifica a expulsão da estudante da faculdade. Tendo em vista que a vitima da agressão foi ela, porque motivo ela deve sair da cena do crime? Se o fato chegou a esse ponto, pode-se acreditar que a Uniban não tomou todas as medidas que garante ter tomado antes de expulsar a garota. E aqueles que gritavam, criaram o tumulto, pararam um dia letivo, não deveriam esses ter o mesmo destino?

A universidade estava errada ao permitir que um escândalo acontecesse dentro de seu espaço. Os alunos errados ao atacarem moralmente assim uma pessoa, que além de tudo estava sozinha e sem chances de defesa. A aluna errada ao não saber se adequar - como podemos dizer, vestimentalmente?! - dentro de uma instituição de ensino. Enquanto isso, devido a cobertura que o caso tomou, a aluna aproveita a situação para ocupar, muito bem, o papel de vítima. A universidade para ocupar, muito bem, o papel de acusadora. E nós, meros espectadores de uma história tão absurda, ocupamos aqui o papel de julgadores, mesmo sem merecermos esse lugar, já que nunca saberemos a história completa que culminou na degradação de um mini vestido rosa pink.

domingo, 1 de novembro de 2009

7
Uma visão sobre This is It - Michael Jackson



Perdemos um grande show. É o melhor comentário que podemos fazer ao assistir "This is It". A volta de Michael Jackson aos palcos estava sendo detalhadamente preparada, e o que poderiamos esperar é um show como o mundo não via há muito tempo.

O que vemos no filme é um Michael Jackson que os fãs já conheciam. Profissional. Educado. Amável. Perfeccionista. Criança. Um Michael Jackson que conhece profundamente suas músicas, cada nota, cada levada. Conhece o gosto de seus fãs. Conhece todos os passos de suas coreografias. Que briga com a equipe, exige que as coisas sejam feitas do jeito que ele escreveu. "É assim que os meus fãs querem ouvir". Mas que briga do jeito mais educado que uma pessoa pode brigar. "It's all for love. L.O.V.E.". Como não respeitar?

O filme é simples, direto. Faz direito o que se propõe a fazer. Mostra o ensaio das principais músicas (podemos perceber que algumas ficaram de fora, talvez uma jogada de marketing para o lançamento do DVD - Como Michael iria fazer um show sem Heal the World?) seguindo o set list original. E é nessa hora que o filme apaixonou os céticos, aqueles que criticavam, aqueles que não conheciam Michael Jackson. Pois ao mostrar o ensaio no seu estado bruto, mostra um Michael Jackson que, no alto de seus quase 51 anos não perdeu a voz e o rebolado. Michael ainda canta, ainda tem voz, ainda alcança as notas. Michael sabe todas suas coreografias, marca os passos como se estivesse contando até três. Simples assim. Natural. Não somente por ser algo que faz por 40 anos, mas por ser aquilo que ele melhor sabe fazer.

Em momento algum o filme cita o dia em que Michael nos deixou. Não foca em melancolia. Não é piegas. Como diz no inicio, é um filme feito para os fãs. Sendo feito para os fãs, foca naquilo que os fãs querem ver: Michael em ação. Uma pena, uma pena mesmo que não é um ensaio geral. Por muitos momentos, MJ se segura. Segura a voz. Segura os passos. Tudo para se poupar para os grandes shows, que nunca vieram. E é nossa hora que o coração aperta. "Estou poupando minha voz". "Nos vemos em julho". Mas logo em seguida MJ é levado pela emoção, e se joga em passos de Billie Jean. Se empolga no dueto com a [super]backing vocal em I Just Cant Stop Loving You e prova, de uma vez por todas, que não estava morrendo. Podemos ver um Michael feliz, se divertindo na grua que o faria chegar mais perto do público. Se divertindo com a nova filmagem de Thriller e Smoth Criminal. Dando espaço para que os novos de sua banda brilhem durante o show. E, como sempre, tentando salvar o mundo.

Michael tem uma consciência ambiental impressionante. De seu jeito, dá o recado: vamos parar de culpar "eles", assumir nossa culpa e cuidar de nosso planeta. Simples assim. Ah, se todos ouvissem Michael Jackson...



Tenho que confessar que o inicio do filme me encheu de lágrimas. Ver todos os bailarinos-fãs, sorrindo, felizes, comemorando estarem no palco com o rei. Ver MJ ensaiando com muito cuidado um show que nunca iria acontecer. Mas as lágrimas logo passam, quando você entra no clima do ensaio e se sente mais um bailarino, babando, olhando para o palco, enquanto Michael Jackson dá seu show. E o filme te deixa com uma sensação de "quero mais". Cem minutos é muito pouco. Quero mais música. Mais coreografia. Mais Michael Jackson. Quero o segundo verso de Black or White. Quero Man in The Mirror inteira. Quero Moonwalk. Quero MJ vivo para nos mostrar tudo o que ele queria!

Infelizmente, ficaremos querendo. This was supposed to be it. Presenciamos o ensaio de um show perfeito, que nunca foi. The greatest show on earth. E, além de tudo, perdemos o melhor artista da história. O mais completo. O único que escreve, compõe, dirige, coreografa, atua. O único que consegue mandar no diretor de seu show (Ortêêêga) sem que esse ao menos perceba. Perdemos um dos seres humanos mais humanitários do mundo, que simplesmente queria levar mais amor para as pessoas. Queria que o homem voltasse a sua essência, se respeitasse. Queria salvar o mundo. Um artista pop completo, que canta. Playback, o que é isso? Michael Jackson é cantor. Tem voz. Conhece o palco como ninguém. Conhece sua potência, sua força. Sabe que é bom. E sabia que estava fazendo o melhor show que o mundo poderia ver. Infelizmente, ficaremos na imaginação. Pois outro Michael Jackson não nascerá. This is it.




Algumas dicas:
- Fique até o fim dos créditos! Há duas cenas depois que as letrinhas acabam, além da música de fundo ser Heal The World ao vivo.
- Ainda não viu? Vá ver o filme. Vale cada centavo.
- Já viu? Veja de novo. É o que farei ;)

terça-feira, 8 de setembro de 2009

4
Nas asas de um passarinho

Ouvi, por muito tempo, durante a faculdade, que vivemos em um mundo 2.0. Para muitos é dificil de entender, mas depois de passar 4 anos da minha vida sendo exposta a esse tema, nada é mais simples do que entender que vivemos em um mundo com muitas interações, onde a participação de todos na construção do meio é de extrema importância.


Está aí o twitter para comprovar isso. Essa famosa ferramenta, o tão falado exemplo de mídia social, é a perfeita tradução do mundo 2.0. As pessoas interagem, conversam, trocam informações, notícias, se atualizam. Você, que tem um twitter, quantas vezes ficou sabendo pela primeira vez de uma notícia pelo pseudo microblogging?

Aproveitando a interação, muitos famosos entraram na onda para tentar uma aproximação com seu público. Primeiro no exterior, onde o site estourou. Uma das pessoas mais seguidas do Twitter é o ator Ashton Kutcher, marido da sex symbol Demi Moore, famoso por filmes como "Cara, cadê meu carro?" e "Efeito Borboleta". Ashton conta sua vida, posta fotos intimas de sua mulher - para deixar com inveja qualquer paparazzi -, interage com o público e opina sobre assuntos, dos mais bizarros aos mais polêmicos. Ficou famoso o dia no Brasil em que o ator americano torcia com tupiniquins pelo twitter em um jogo Brasil X Eua.


Quando a ferramenta começou a fazer sucesso em águas nacionais, nossas celebridades decidiram que também queriam entrar na parada. Primeiramente, o twitter foi dominado por atores de stand-up, VJ's e afins - pessoas que já tinham aproximação com o público jovem e seus meios. Aos poucos, cantores, atores no geral, apresentadores, todos os tipos de famosos se increveram no site e foram pegos pelo vício do twitter.

Acontece que, vivemos em um país com um conceito um pouco deturbado de celebridade. Celebridade não necessariamente remete à uma pessoa celebre, que fez algo digno de aplausos. Celebridade é... bem, é qualquer pessoa que fez qualquer coisa que lhe rendeu 15 minutos de fama. Simples assim. E todos os tipos de celebridade, incluindo esse modo, vivem uma relação complicada com fãs e imprensa. Não conseguem se entender com o limite - ou não - que devem impor em sua vida. Não sabem o que dizer, quando dizer, como dizer, como agir, que hora quebrar a redoma e que hora se proteger. Ao se deparar com um mundo sem muros, sem redomas, seguranças, onde seu status só é importante para angariar um monte de seguidores e seu dinheiro é importante para absolutamente nada - excluindo o caso de você querer dar brindes para seus seguidores - nossos ilustres famosos não sabem como agir. Não sabem como agir sem a blindagem do empresário, do assessor, do segurança, do personagem.

Com isso, nos deparamos com famosos sem suas armaduras, pequenos frente a uma multidão e quase inocentes, sem saber como devem agir ou como esconder qualquer defeito que possa transparecer. O caso mais famoso, atualmente, é de Xuxa. A apresentadora, que assumiu a postura de rainha e se fechou em um conto com seu castelo e sua princesa, se assustou ao encarar, frente a frente, uma ferramenta na qual não podia censurar ou barrar comentários ofensivos - ou não - feitos a sua pessoa. No episódio da sena de Sasha, o que pesou não foi o erro de uma pré-adolescente. Mas sim a prepotência de uma mãe, que teve a capacidade de defender o problema - seja de digitação, de português, ou de qualquer outra coisa - de sua filha ignorando a importância de seus fãs e de sua lingua pátria. Afinal, declarar em tom de prepotência que sua filha foi alfabetizada em língua estrangeira e declarar que seus fãs não merecem conversar com ela ou sua cria, é no mínimo desdenhar aqueles que a acompanham e que, por um acaso do destino ou do país onde nasceram, foram alfabetizadas em... português!



A falta de jogo de cintura e o imenso ego de muitos famosos já detonaram outras discussões cibernéticas absurdas. Marcelo Tas já discutiu com Diogo Mainardi por causa de patrocínio em suas twittadas e levou o mesmo mote da discussão para umas alfinetadas virtuais com Luciano Huck, enquanto seu pupilo Danilo Gentilli já afetou muita gente com seus comentários irônicos. A última foi com Preta Gil, que já se desentendeu até com o google. Isso se pensarmos só nas celebridades tupiniquins mais seguidas e ignorarmos pitis de outras pessoas, como Adriane Galisteu, chorando as mágoas no twitter enquanto Dado Dolabella ganhava um milhão de reais no reality show A Fazenda, ou os denominados "Piratas do Twitter" (Junior Sandy, Marcos Mion, Repórter Vesgo, entre outros) que foram chorar para Ashton Kutcher ajuda em uma manifestação de sofá.


Enquanto nossos famosos não aprenderem que, para conversar com nós - reles mortais - basta agir como um reles mortal, saltos continuarão quebrando e nós continuaremos assistindo tudo de camarote. Afinal, nada como a política do pão e circo. E não adianta gritar por ajuda para titio @aplusk. Ele não é o Chapolim Colorado. Não poderá defender tanta gente.


sexta-feira, 21 de agosto de 2009

21
É proibido fumar... diz o aviso que eu li!

nota: esse post é genérico. pode ser que você não se identifique com ele. não se sinta ofendido, mas estou citando uma maioria aqui e, literalmente, generalizando, para não precisar escrever "alguns", "quase todos" ou "a maioria" na frente das frases sempre. fica o recado! ;)


Imaginem o cenário: sábado a noite. Vila Madalena, o bairro dos bares de São Paulo. Pub, lugar direcionado para consumo de bebidas. Três áreas diferentes no Pub: um com um bar, outro com uma banda e um putsputsputs de fundo, e o terceiro com mesas, decoração de esportes e um lugar para jogar sinuca. Imaginaram? Pois bem, agora acrescentem o seguinte detalhe à cena: ninguém está fumando!

Outro cenário: pequeno escritório em São Paulo. Pessoas trabalhando. Telefones tocando. Impressoras comendo papel. Imaginaram? Pois bem, agora acrescentem o seguinte detalhe à cena: tem gente fumando!


Esses dois cenários, fizeram, de uma forma muito estranha, parte da minha vida na última semana. Uma semana depois da Lei Anti Fumo entrar em vigor em São Paulo, fui em um Pub na Vila Madalena, com aquela curiosidade de saber se a lei estava realmente sendo levada a sério. Qual foi minha surpresa ao perceber que, além das inúmeras placas indicando que era proibido fumar naquele local, ninguém tinha cigarro nas mãos, na boca ou em qualquer outro lugar. Em compensação, convivo todos os dias com pessoas que, literalmente, estão nem aí se atualmente é proibido fumar.

Costumo dizer que o grande problema da humanidade é o egoísmo. Se as pessoas parassem de pensar nelas mesmas e se preocupassem, nem que fosse um pouco, com o bem estar do próximo, muitas brigas, mortes e doenças nem existiriam. E uma das coisas que mais me irrita em fumante é esse egoismo. Não importa quem está do lado, não importa quem está na frente, o importante é a necessidade de se acender o cigarro.



Desde que saiu a lei anti fumo, antes mesmo dela entrar em vigor, acompanhei matérias, posts e comentários a respeito. Quem é contrário, cisma na tecla de que a lei fere a liberdade e os direitos dos fumantes. Vamos analisar esse fato?

Primeiramente, a lei não proibe o cigarro. Quer fumar? Ainda pode. Fume na sua casa ou na rua. Quer coisa mais simples? Não entendo porque a liberdade e o direito de alguém de respirar um ar saudável deve ser contraposto pela liberdade e direito de alguém estragar sua saúde. Por que é educado acender um cigarro em meio a não fumantes e é falta de educação pedir para que alguém o apague? Por que é legal liberar o fumo em qualquer lugar e é contra lei querer respirar um ar livre de substâncias cancerígenas?



Certa vez, depois de fazer um exame de sangue, minha médica me disse que se eu quisesse me matar, bastaria acender um cigarro. Tenho rinite atacada, tendencia a sinusite, bronco espamo e uma tal sindrome que me faz ter uma alergia absurda de cigarro, a ponto de poder me matar um dia. Ou seja, cigarro é mais letal para mim do que um vírus de gripe suína. Em contrapartida, convivo com fumantes desde que nasci. Minha mãe fumou até eu ter uns 11 anos. Minha vó fumou até sofrer dois derrames. Quase todos os meus amigos de faculdade fumavam, a ponto de minha amiga me batizar de "aspirador" - de tanta fumaça que eu aspirava. Mas o pior veio há um ano: trabalho em um lugar onde todos da minha sala fumam.

Nesse último ano venho sentindo minha respiração mais falhada. Não fico um único dia sem tossir ou sem ter que limpar o nariz a cada meia hora. Quando passo adstringente no rosto, no final do dia, o algodão sai preto. Da cor do meu notebook. No último mês intensificaram-se minhas faltas de ar. Por quê? Porque, passivamente, devo fumar uns 10 cigarros por dia. No mínimo. Todos sabem que não posso com cigarro, mas no que isso muda a atitude dos outros? Em nada. O cigarro já foi colocado em pauta diversas vezes no trabalho, e as justificativas são as mesmas: "vou morrer de qualquer jeito", "cigarro só faz mal para mim", "o vício é meu e paro se eu quiser", "não ligo se alguém fumar do meu lado".

E é aí que mora o egoísmo. Afinal, não estamos falando de alguém viciado em café ou chocolate, cujo vício interfere nele e somente nele. Estamos falando de uma droga que atrapalha a vida de todos que está ao redor. Ao fumar um cigarro, você não coloca em risco apenas a sua saúde, mas também a saúde daquele que está próximo a você. E ainda, de um modo pior: já que a pessoa não tem um filtro na boca e nem o prazer que você sente ao inalar essa fumaça.


A lei serve apenas para que todos possam viver em harmonia. Para que não fumantes possam jantar sossegados sem se preocuparem com a fumaça vindo do outro lado do restaurante. Para que todos possam sair a noite sem se preocuparem com a fumaça impregnando suas roupas, cabelo e pulmões. E de um modo um tanto quanto obsoleto, ajuda os fumantes a diminuirem seus cigarros. Afinal, todo mundo consegue ficar duas horas no cinema sem fumar, certo? Meia hora dentro do metrô sem acender um cigarro. Uma hora em uma consulta médica. Então, por que não ficar sem fumar no trabalho, balada ou restaurante?


Lógico que algumas coisas podem ser mudadas: baladas e bares podem fazer áreas externas, sem paredes ou toldos, cujo ar não interfira nos demais e onde fumantes possam dar suas baforadas em paz. Não seria um fumódromo, como a lei proibe, mas um lugar livre, como a lei permite. Mas no ambiente interno, tudo continua como está. Porque, garanto, não há nada melhor do que poder sair para se divertir com os amigos, enxergar as mesas e as pessoas sem interferencia do cigarro, poder rir a vontade sem se preocupar em respirar fundo e inalar fumaça, e voltar para casa apenas com lembranças na memória, e não nas roupas ou cabelos.

Aos poucos a lei está invadindo os outros estados, e fico feliz com isso. Espero que o Brasil consiga mostrar que é sim, um país civilizado, e sabe respeitar o direito de todos de manter seus pulmões limpos. Afinal, quer fumar? Fume. Mas bem longe de mim. Não sou obrigada a fumar junto. E cada um no seu quadrado, porque, finalmente, o meu está sendo respeitado!


terça-feira, 28 de julho de 2009

6
Quem é o pai?



A morte de Michael Jackson gerou inúmeras discussões. Apesar de já fazer mais de um mês da passagem de Michael para o outro plano, ele continua sendo manchete em jornais, revistas e sites, com portais que não sobrevivem meia hora sem dar alguma "notícia" sobre o Rei do Pop. É nessas horas que você começa a analisar se diploma faz diferença ou não. Considere o fato que muitos portais de internet utilizam estagiários para postarem notícias sobre celebridades. Una agora ao fato de muitos portais estarem pautando suas notas em tablóides e jornais de fofocas estrangeiros, afirmando serem essas fontes veridicas e irrefutaveis. Seria algo como creditar ao Nelson Rubens alguma credibilidade. Essa situação poderia ser ignorada, se não fosse o detalhe de algumas emissoras, que aspiram por serem a primeira no ibope do Brasil, utilizarem esses mesmos tabloides como fontes confiáveis. E não se referirem aos mesmos como tablóides ou explicarem a seus telespectadores que a confiabilidade desse tipo de fonte não é lá muito alta. Mas enfim, ficam aí os fatos para vocês julgarem.

O que me espanta no meio de tanta "notícia" sobre Michael Jackson é uma tecla que vem sido insistentemente batida: quem são os pais dos filhos de MJ? Nessa hora, eu automaticamente penso: "Ora essa, Michael Jackson!". Afinal, que diferença faz de quem veio o esperma para conceber as crianças? Pai é quem faz ou quem cria?



Vou ser bem sincera, nunca passou pela minha cabeça questionar se a paternidade de Prince, Paris e Blanket deveria ser realmente atribuida a Michael Jackson. Alias, nunca nem liguei o fato dos filhos serem brancos e Michael negro, argumento que muitos usaram para questionar se MJ é ou não pai das crianças. Mas esse argumento fica um pouco fraco quando vejo que trabalho com uma menina loira, mais branca do que eu, cujo o pai é mais negro do que Michael Jackson algum dia chegou a ser. E quando vejo também que o filho caçula de Michael, Blanket, é a cara do pai.



Independente de qualquer coisa, fico aqui pensando: que diferença faz quem é o pai biológico? Tenho dois primos adotados. Um tem 24 anos e a outra 16. São irmãos. Minha tia não podia engravidar e se casou com meu tio que, por coincidência, também não podia ter filhos. Meu primo foi adotado com 5 dias de vida, e minha prima com 4 anos. Não sei se a caçula sabe que é adotada, mas o mais velho sabe, e é muito grato aos meus tios por esses terem escolhido ser seus pais. Meus tios deram carinho, amor, educação, alimento, afeto, casa, comida, roupa lavada e ensino da melhor qualidade. Trataram, e ainda tratam, meus primos igual ou até melhor do que muito pai biológico. Se algum dia algum pai de algum dos meus primos decidir lembrar que um dia gerou uma vida, e resolver lutar por eles (desconsiderando que o mais velho já é maior de idade), eles conseguiriam um resultado positivo? Faria diferença para um juiz o fato deles serem pais biológicos frente toda a vida de cuidados que meus tios proporcionaram aos meus primos? Então por que raios se discute tanto a paternidade dos filhos de Michael Jackson?



Michael sempre procurou proteger os filhos dos holofotes e proporcionar a eles uma vida, na medida do possível para filhos da maior celebridade do mundo, normal. Quem era fã já sabia, mas quem não acompanhava, pode ver pós-morte de MJ videos e fotos dos cuidados de Jackson com seus filhos. No funeral do astro, todos puderam presenciar e se emocionar com a pequena Paris, declarando ao mundo seu amor pelo pai. Tem que ter um coração absurdamente duro para achar que uma menina de 11 anos ensaiou tudo aquilo para sensibilizar o público. Quem estava prestando atenção nos filhos de Michael durante as homenagens, pode ver que Paris falava muito com Janet Jackson, supostamente pedindo autorização para falar. Quando a pequena Michael se aproximou do microfone, os irmãos do astro acreditavam que quem falaria era Janet, e não Paris. Então por que ainda tem gente que diz que a menina foi forçada pelos tios a falar?



Tenho dó dessas crianças pela quantidade de pessoas que as tratarão como um produto, sem se preocuparem com seus sentimentos, apenas atras do dinheiro que essas irão herdar do pai. No próximo dia 3 a justiça americana decide quem ficará com a guarda dos rebentos de Michael. Depois de tanta gente afirmar ser pai dos mais velhos, depois de mulheres afirmarem ser mãe do mais novo, depois da mãe oficial dos mais velhos querer a guarda das crianças de volta - após ter praticamente vendido seus filhos -, depois do patriarca da família Jackson declarar que quer lançar os pequenos filhos de Michael como "Jackson 3", espero que a justiça saiba bem o que vai fazer. Janet, irmã mais próxima de Michael e a que claramente tem mais intimidade com as crianças, já declarou que gostaria de cuidar dos sobrinhos. A irmã mais velha de Michael também já demonstrou interesse. Só espero que, na medida do possível, essas crianças possam crescer de forma saudavel, perto de pessoas que as ame, e não ame seu dinheiro, e tenham uma vida mais feliz do que o pai. Espero que estejam alheia a todo esse circo que se armou em volta da paternidade delas, e que continuem a admirar o pai que tiveram e que viveu seus últimos anos de vida em função delas. Afinal, pai não é quem faz, é quem cria.


segunda-feira, 29 de junho de 2009

21
Apenas um garoto querendo salvar o mundo

Ele era apenas um garoto grande querendo salvar o mundo.

Michael Jackson começou sua carreira muito pequeno. Quando mal sabia ter dominio sobre as próprias palavras, Michael já liderava os Jackson 5. A história de sucesso desse garoto todos já sabem. O que poucos sabem, procuram saber, ou simplesmente ignoram, são os bastidores dessa trajetória.

Michael soube o que era pressão muito novo. Passou sua infância trabalhando como adulto, e a fase adulta querendo voltar a ser criança. Quando pequeno, tinha que lidar com um pai rude, severo, que comandava os ensaios da banda de irmãos com um cinto na mão: qualquer respiração torta, chibatada. Joe Jackson foi responsável por vários traumas de infância nos irmãos Jackson, principalmente no pequeno Michael. O patriarca da família não cansava de demonstrar todo seu "afeto", com palavras singelas para expressar o quanto achava MJ feio ou sem talento. Bom o bastante? Até parece, Michael estava bem longe disso. Diante dos intensos ensaios, apresentações, gravações e desprezo dos demais, Michael encontrou amizade em um ser peculiar: um pequeno rato. Batizado de "Ben", o animalzinho era confidente do futuro rei do Pop. Ao flagrar tamanha intimidade de seu caçula com esse animal, Joe Jackson decidiu ser prático: matou Ben. E lógico, deixou a prova do ato na caixa de sapatos onde Michael escondia o amigo, para que seu filho pudesse ver o feito. Mais tarde, o astro escreveu a música "Ben", para relembrar essa fase.




Mas Joe não parou por aí. Certa vez, enquanto os irmãos Jackson dormiam, Joe decidiu escalar a janela do quarto dos garotos, fazendo uso de uma mascara, para assustá-los e provar que eles não poderiam ter deixado a janela aberta. Posteriormente, em entrevista, Michael confessou que até hoje tem problemas para dormir. Afinal, o que dizer de um pai que rí no dia seguinte a morte de seu filho e ainda faz propaganda de sua gravadora em uma entrevista, dizendo estar "maravilhoso" ao invés de estar de luto?


Em meio aos maus tratos, xingamentos e ironias de Joe Jackson, Michael ia se tornando cada vez mais importante no cenário musical. Ninguém conseguia acreditar no poder que aquela voz tinha, na elasticidade do corpo daquele pequeno menino. Os Jackson vendiam cada vez mais graças ao carisma e talento do pequeno Michael. Mas isso não foi bom o bastante para que sua família reconhecesse seu poder. Mas foi bom o bastante para que gravadoras e empresários quisessem lança-lo em carreira solo.

Enquanto estourava sozinho, crescia o interesse da mídia sobre a vida daquele astro, que difundiu para o mundo a música negra e soube mesclar como niguém R&B, Pop, Rap e Rock. Em contrapartida, Michael não tinha muita vida. Sabia que podia cantar, podia dançar, podia escrever, poderia se expressar por meio de sua arte. Sabia que o palco era seu lugar, e sabia que lá poderia ser livre. Enquanto cada vez mais Michael mostrava domínio sobre o palco, tinha menos domínio sobre sua própria vida. Michael já tinha virado alvo fácil da imprensa, que na época, tinha sua trupe mais marrom do que nunca. Michael dorme em uma câmera para preservar a juventude? Comprou ossos do homem elefante? Tem um caso com um macaco? A resposta de Michael? Por meio de sua arte...






Acontece que não o deixaram sozinho. Michael era cada vez mais perseguido por sangue-sugas e urubus. Todos imaginavam, mas ninguém conhecia o verdadeiro Michael. Seria ele extravagante? Cheio de sí? Poderoso? Na época do sucesso do album Thriller, a revista Rolling Stone levou o astro a sua capa. A edição foi republicada no 25º aniversário do album. No texto, o reporter se mostra admirado com o que encontrou: um garoto timido, de jeans tênis e camiseta do mickey, voz baixa, olhares para o chão. Nada comparado com aquele super astro que se mostrava no palco.

Mas Michael sempre foi assim. Um rei no palco. Não tinha para ninguém. Sempre conseguiu dançar, cantar, entreter o público e fazer uma performance que até hoje ninguém consegue superar. Seus clipes são perfeitas obras de arte, e seus CDs entraram para a história. Mas esse era o único lugar que poderia ser feliz, poderia ser livre. Nos bastidores, não teve infância. Não teve adolescência. E teve centenas de milhões de olhos vigiando todos os seus passos.

Em busca da infância perdida, Michael fazia amizade com crianças. Fato estranho para alguns, mas para ele não era. Michael brincava, pulava, corria, como se fosse um deles. Os pais das crianças? Adoravam! Afinal, seus filhos frequentavam o parque de diversões do maior astro da atualidade. Mas eis que vem a tona o caso Jordan Chandler: garoto de 13 anos que frequentava a casa do astro, pais separados, pai sem poder algum sob a vida do filho, que decide contar ao mundo que seu rebento era abusado pelo grande astro pop. Na época do caso, a CNN conseguiu um audio no qual o pai de Jordan afirmava.. " "Se eu for adiante com isso, ganho uma bolada. June [mãe de Chandler] perderá [a guarda do menino] e a carreira de Michael será arruinada". Na onda do garoto, outros meninos também disseram terem sido abusados por Michael Jackson. Meteram até Macaulay Culkin na história, ídolo mirim da época e amigo de Jackson. Alguma semelhança?

Bom, Macaulay logo desmentiu. Os outro garotos também, alguns voltaram a mídia mais tarde para confessarem que foram tentativas desesperadas das mães de tirarem dinheiro do astro. Michael negou todas as acusações. Michael foi inocentado por juri popular em 2005. Acho meio dificil terem conseguido somente fãs de MJ para inocentá-lo no juri, certo?

Mas para quê acreditar que um astro como Michael não é pedofilo? Por que não acreditar nos urubus da mídia, nos urubus da sociedade, por que acreditar em um ser carente como Michael Jackson?

Michael foi vítima. Morreu por culpa de seu pai. Morreu por culpa das pessoas gananciosas que o cercavam. Morreu por culpa da imprensa, que não poupava o astro nem quando esse resolvia dar um tchau de dentro de seu carro.

Enquanto o mundo lhe tacava pedras, Michael tentava salvar o mundo. Não poupou esforços e nem energia para encabeçar causas sociais, criar letras com temas importantes, ajudar e criar fundações. O Mundo o chamava de pedófilo, ele queria Curar o Mundo . O mundo o chamava de esquisito, ele queria mudar suas atitudes . O mundo destruia o planeta, e ele cantava para salvar a Terra .










Mas para que dar atenção a isso quando o legal é falar mal?

Mesmo após sua trágica morte, mesmo após o mundo chorar sua perda, muitos preferem comentar "as esquisitisses" de Michael ao invés de falarem sobre suas obras sociais, sobre seu legado para a música, sobre sua real importância para o mundo. Salvo algumas exceções, foi priorizado buscar a audiência e focar no destrutivo ao invés de mostrar algo de bom. Deixo aqui registrado a belissima homenagem dos Estúdios Mauricio de Sousa, feita pelas mãos de Paulo Back, de uma sensibilidade ímpar.



Prefiro pensar assim. Prefiro imaginar Michael sendo recebido pela trupe de anjos no céu. Michael cantando Black Or White, Beat it, Billie Jean, Thriller. Prefiro não dar atenção a quem não acredita na verdade, não pesquisa, não se preocupa com a dor alheia.


Afinal, Michael era apenas um garoto grande tentando salvar o mundo. E um grande homem tentando salvar a si mesmo. Que ele consiga, finalmente, encontrar sua felicidade.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

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Michael Jackson não morreu

Quero deixar registrada aqui uma matéria que publiquei ano passado, enquanto ainda trabalhava no site MSN. Fiquei semanas lutando nas reuniões de pauta para fazer um especial de 50 anos de vida de Michael Jackson, 25 de carreira e 15 anos do show em SP e ninguém me ouvia. Um dia antes do aniversário de Michael, minha editora-chefe pediu desesperada para eu fazer uma matéria especial, pois todos os sites tinham material pronto, e eu já tinha feito algo parecido no aniversário de Madonna. Preparei o material pela manhã, e ví que na pressa ela pediu para a estagiária novata fazer uma matéria também, que foi ao ar cheia de preconceito e contotações. Juntei o meu texto com o dela, dei umas modificadas no que ela escreveu e coloquei no ar, mesmo assim ainda acho que a abertura foi preconceituosa: nunca colocaria o "polêmico" por exemplo. Acho que esse tipo de adjetivo não cabe no jornalismo. Mas como era quase um texto opinativo, larguei mão. O texto na íntegra após abertura é meu, e lembro que foi muito elogiado na época pelos leitores. Fica a recordação desse astro que para mim, não morreu.

Michael Jackson comemora 50 anos


Reprodução
Cantor polêmico faz aniversário nesta sexta-feira



Em São Paulo

Michael Jackson completa 50 anos de vida hoje. O cantor chega à meia idade com uma história de escândalos, tumultos e carregando o maior legado da música pop até hoje.

Jackson deu outra definição ao que era chamado de popstar nos anos em que esteve no auge, vendendo milhões de discos e levando os fãs à loucura. Mas por alguns momentos pareceu ter perdido o eixo. Além de passar por uma série crise financeira, foi acusado de pedofilia no início dos anos 90.

Apesar dos problemas, Michael tem uma carreira louvável. Desde o "Jackson 5", em que cantava com seus irmãos, até seu maior sucesso "Thriller", muitos anos se passaram; e o sucesso do cantor só cresceu.

Como parte das comemorações de aniversário, será lançada uma coletânea com os maiores sucessos de Michael durante a carreira.

O álbum será lançado em vários países, como Austrália, Brasil e Inglaterra, com músicas diferentes, escolhidas pelos fãs locais em votação. O último álbum inédito do cantor foi lançado em 2001 e se chama "Invincible".

O VMA (Video Music Awards) 2008, premiação da MTV Americana, também pode integrar a lista de comemorações de Jackson por seus 50 anos. Segundo especula-se, o cantor estaria oficialmente convidado a apresentar o evento nesta edição. Além disso, existe ainda a possibilidade de uma reunião do "Jackson 5" para uma apresentação especial durante a cerimônia.

O inicío

A estrada do cantor é extensa. Michael Joseph Jackson começou sua carreira quando ainda era um pequeno garoto em Indiana, estado americano onde nasceu. Com apenas cinco anos, ele já era a voz principal do grupo Jackson’s Five, onde se apresentava ao lado dos irmãos Tito, Marlon, Jackie e Jermaine. Com hits como "I Want You Back", "ABC", "I'll be there" e "Ben", o pequeno garoto negro que carregava um imenso black power chamava a atenção pelo seu poder vocal. Empresariados pelo pai, Joseph, os irmãos foram colocados no estrelato pela gravadora Montown, com a qual atingiram o sucesso no mundo inteiro.

Carreira Solo
Entre problemas e troca de gravadora, Michael começou a tentar a carreira solo em 1975, com 17 anos. Conseguiu a façanha três anos depois, quando passou a ser produzido por Quincy Jones, parceria que durou por muito tempo. Em 1979, gravou o álbum "Off the Wall", sucesso de crítica e público. Com a gravação "Don't Stop 'Til You Get Enough", o cantor ganhou seu primeiro prêmio Grammy, o Oscar da música. No início de sua carreira solo, o rei do pop conseguiu emplacar quatro músicas seguidas na primeira posição das paradas americanas e inglesas, feito inédito até então.

Em 1983, Michael lançou o aclamado álbum "Thriller". Nesta época, já era conhecido como o rei do pop, pedido que o próprio fez para o canal musical MTV. Em comunicado, informou à emissora que gostaria de ser chamado de "o rei do pop" a partir daquela data. E o título não é em vão. Até aquele momento, o cantor já tinha vendido mais de 20 milhões de cópias de seu primeiro álbum solo, e estava prestes a lançar o disco que venderia mais cópias no mundo inteiro. Até hoje, nenhum artista ou grupo conseguiu superar a marca de "Thriller", que teve mais de 50 milhões de álbuns vendidos. Além disso, emplacou sucessos como "Billie Jean" e "Beat it" e impulsionou um dos videoclipes mais famosos e caros da história: o próprio "Thriller", onde Michael se transforma em lobisomem e dança uma coreografia clássica com zumbis.

Mudanças Físicas
A partir daí, foi sucesso atrás de sucesso. E mudanças drásticas na aparência do cantor. Na capa do aclamado "Thriller", o astro já aparecia com um nariz um pouco mais fino. Mas a mudança principal veio em 1987, na foto do álbum "Bad". O cantor, até então negro, apareceu com uma tonalidade mais clara. Na época, foi diagnosticado com vitiligo, o que justificaria sua mudança de cor. As informações são de que o cantor teria acelerado a doença, o que fez com que perdesse a tonalidade da pele e precisasse se proteger constantemente do sol – não é difícil ver Michael com várias blusas, máscaras ou sombrinhas. Em meio às polêmicas sobre sua aparência, "Bad" vendeu mais de 25 milhões de cópias.

Revelações
Em 1993 começaram os escândalos e as descobertas sobre seu passado. Pela primeira vez em quatro anos o cantor deu uma entrevista à televisão, onde revelou ter sofrido com o pai violento em sua infância. Michael chegou a assumir que conversava com um rato de estimação, para o qual escreveu a música "Ben" na infância. Naquele ano, o rei do pop foi acusado pela primeira vez de assédio sexual contra crianças. A acusação foi da mãe de um menino com câncer que freqüentava a casa do cantor, no rancho "Neverland", famoso por conter um parque de diversões.

Brasil
Neste mesmo ano, Michael passou por terras tupiniquins, assim como Madonna. Fez duas apresentações no Estádio do Morumbi, em São Paulo, e causou muito tumulto em suas passagens e aparições relâmpago na janela do hotel. O cantor também fez pedidos excêntricos. Quis visitar de madrugada a fábrica de brinquedos da "Estrela", e pediu muitos jogos no seu quarto de hotel. Na chegada ao país, foi recebido pela dupla Sandy e Junior, que tinham então dez e nove anos.

Excêntrico
Em seguida vieram "Dangerous", "History", "Blood on the Dance Floor" e "Invincible", o último trabalho inédito de Michael, lançado em 2001. Os dois últimos álbuns do cantor não alcançaram o sucesso de praxe. Talvez porque os escândalos acusando Michael de pedofilia aumentaram no decorrer dos anos, talvez por sua excentricidade e seus hábitos pouco comuns.

Michael é pai de família. Com três filhos- Prince Michael, Paris e Prince Michael II, cuja mãe não é conhecida pelo público – dizem ser uma enfermeira- o cantor passou por mais polêmicas. Foi criticado por balançar seu filho mais velho em uma janela de hotel quando este ainda não tinha um ano. Michael justificou dizendo que sabia o que fazia, e queria atender pedidos do seu público. Constantemente, seus filhos são vistos –ou não- cobertos por toalhas, panos ou cobertores.

Queda
Em 2005, o cantor foi julgado pelas acusações de pedofilia. Foi absolvido por júri popular, depois de cinco meses de julgamento. Boatos de que sua situação financeira não era das melhores foram confirmados na mesma época, quando Michael vendeu seu famoso rancho "Neverland" e se mudou para o Oriente Médio. Além disso, se desfez de boa parte dos direitos autorais das músicas dos Beatles, os quais tinha adquirido ainda nos anos 80, após uma parceria com Paul McCartney.

Retomada
No ano em que completa 50 anos de vida, Michael também celebra os 25 anos de "Thriller", lançando uma coleção especial com as faixas do álbum adaptadas, parcerias e uma música inédita. A gravadora planeja ainda lançar uma coletânea com os maiores sucessos do cantor para comemorar seu aniversário. E ainda terá um novo CD do rei do pop em breve, com faixas inéditas produzidas por Will.I.Am, do Black Eyed Peas.

Em meio às polêmicas, comportamentos infantis e mudanças na aparência, não há como negar o talento do rei do pop. Poucos alcançaram o sucesso de Michael Jackson e ninguém conseguiu alcançar suas marcas e recordes. O dono do passo de dança mais famoso do mundo, o Moonwalker, pode dividir opiniões quanto à sua personalidade, mas é unânime seu talento e sucesso. Resta saber se o rei voltará a triunfar com seu novo álbum.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

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Diploma para quê?


Depois de muita enrolação, adiamentos e palhaçadas, decidiram limar o diploma em jornalismo. Sim, querido leitor, para você ser jornalista não precisa mais freqüentar uma faculdade. Não é necessário ao menos um curso a distância: você pode acordar feliz e decidir assim, sem mais nem menos, que é jornalista e espalhar a idéia por aí.

Essa já não é lá uma profissão muito valorizada. O jornalista se mata, não tem vida, fica em função de seu trabalho por um puro e simples prazer masoquista, ganha um salário indigno para seu tempo de serviço, e ainda assim, muita gente acha que basta saber juntar palavras que você já pode ser considerado um jornalista.

Muitas argumentações dúbias e vazias foram usadas pelos senhores votantes nesta quarta-feira para acabar com o nosso diploma. Entre elas de que aquele pedaço de papel é uma censura para a liberdade de expressão, que jornalismo não representa perigo – então não precisa ser regulamentado (nessa muitos profissionais tremeram na cova – FATO) e que não existem técnicas em jornalismo para que seja necessária uma formação. OI? Será que esse pessoal se deu no mínimo ao trabalho de pesquisar só um pouquinho sobre a profissão jornalista, sobre as faculdades de jornalismo, sobre o curso? Fato, existe muito profissional meia boca por aí e faculdades que deveriam ser fechadas. Mas dizer que uma formação superior não é necessária para exercer jornalismo é no mínimo risório. Uma coisa é saber escrever, ter o dom, mas para dar notícia, escrever reportagens, é necessário todo um embasamento. Embasamento esse que só uma formação específica pode dar. Afinal, é na faculdade que você conhece os diferentes campos da profissão, técnicas de reportagem, aprimora sua escrita, aprofunda sua leitura, além de técnicas básicas de telejornalismo, radiojornalismo, fotojornalismo, assessoria de imprensa... mas ah! Jornalismo não tem técnica né? Esqueci... Já que é assim, amanhã acordarei feliz e me tornarei uma advogada, assim, da noite para o dia, pois para defender criminosos com argumentos pífios como muito advogado faz, não é preciso técnica, mas lábia. E isso eu tenho. E aposto que você também. E aí, vamos ser advogados?

E se eu pegar um kit de primeiro socorros, posso dizer que sou médica? Posso arrancar o dente de alguém e me considerar dentista? Quem sabe fazer contas e dizer que sou contadora? Ou escrever qualquer besteirinha e dizer que sou publicitária? Pois é né. Para ser jornalista também não é preciso simplesmente um notebook ou um pedaço de papel e caneta.

É muito desrespeito com um profissional que estudou, se aprofundou, se dedicou para ter uma boa carreira todas as argumentações dadas pelo STF hoje. Tenho diploma, sou bacharel em Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo com muito orgulho, e espero que isso faça alguma diferença em meu futuro profissional. Que não tenha que concorrer à uma vaga de emprego com um ex-bbb ou com um açougueiro. Que as empresas prezem por aqueles que se dedicaram para ser mais do que um simples escritor. Para aqueles que, além do dom da escrita e a vocação do informar, é um profissional jornalista, formado, e que sabe que faculdade pode não ser tudo, mas é o começo de muita coisa. E diploma em jornalismo faz sim, muita diferença.

Não consideraremos o fato de jornalistas com anos de profissão, isso é invalido. É outra época, outra realidade da qual vieram. Essa nova geração de jornalistas necessita sim de um curso, de um direcionamento, de uma base, que profissionais com anos de estrada podem passar na faculdade. Ganhei muito no meu curso trocando experiências com professores, ouvindo suas histórias, seus conselhos. Coisa que muita gente irá perder, caso a faculdade de jornalismo se evapore de vez. Sim, um jornalista se faz na prática, mas toda a prática precisa de um upgrade, que está lá, no curso de jornalismo. E não adianta, minha raiva por terem acabado com a obrigatoriedade do diploma vai continuar. Isso pelo menos eles não podem tirar de mim.

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Inauguração

Pois bem meus queridos... esse é um espaço de aprofundamento do CaiMuitaChuva...

Um espaço alheio para discutir temas diversos, discutir mesmo, com todas as forças... o filhotinho do CaiMuitaChuva que finalmente inauguro hoje!

O layout ainda está em reformulação, ainda é a versão beta do blog! Mas estava adiando colocar ele no ar há muito tempo, de hoje não podia passar!

Esperando do fundo da minha bela alma que gostem e se envolvam tanto quanto com o CaiMuitaChuva! :)