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domingo, 8 de novembro de 2009

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Uma Universidade e Um Vestido Rosa...

Um assunto um tanto quanto estranho tem tomado a mídia nas últimas semanas. Como todos que acompanham noticiário sabem, uma aluna do curso de turismo da Uniban, campus SBC, causou alvoroço entre seus colegas de faculdade por usar um microvestido rosa pink durante a aula. Na internet, foi postado um vídeo onde a aluna era escoltada para fora do campus com o auxilio da polícia, enquanto alunos aglomerados em volta gritavam a palavra "Puta!". O vídeo causou polêmica.. "quem é essa aluna?" "qual o tamanho do vestido?" "quem são os alunos aglomerados?" "oh Meu Deus, estamos no Talibã?"

Nas últimas semanas, essa história ganhou proporções maiores do que deveria. A aluna, distribuiu entrevistas pela mídia, participou de programas, a título de "a garota humilhada da Uniban". Os alunos da universidade, por outro lado, deram alguns depoimentos, dizendo que o comportamento da estudante sempre foi provocativo, com trajes curtos e inadequados, na tentativa de chamar a atenção durante as aulas. A "humilhada", frente a esse fato, alegou se vestir como "todas as outras garotas": com decotes, vestidos curtos e jeans colados.

Muitas comparações estranhas foram feitas nessa história. Pessoas "abismadas" sobre como que no país do carnaval, da mulher melancia, uma aluna é humilhada por ir de mini vestido para aula. Pois bem, vamos organizar esse fato?

Um erro não justifica o outro. Não é pelo fato de termos um carnaval desnudo ou "ídolos popularescos" como mulher melancia, que devemos considerar normal pessoas se vestirem de formas erradas em ambientes coletivos. É motivo de orgulho para alguém as mulheres peladas na avenida ou uma mulher carregar com felicidade a alcunha de uma fruta? Precisamos analisar esse fato de um modo simples: em regras da sociedade, até em regras internas de certas entidades, é preciso se adequar ao ambiente que se está para vestir alguma roupa. Em uma instituição de ensino ou em um ambiente de trabalho, por exemplo, não são aconselháveis decotes, roupas justas ou grudadas. Homem costuma não poder trabalhar de bermuda ou ir a universidade/colégio de camiseta regata (já ouvi muitas reclamações a respeito). Por que uma mulher pode ir de vestido curto, então?

Hoje a universidade Uniban soltou um comunicado declarando a expulsão da aluna e a punição de quem causou o tumulto. Declarou que a estudante em questão sempre teve comportamento e vestimentas inadequadas, já foi alertada diversas vezes mas nunca tomou providências. Bem ou mal, precisamos aceitar: é uma instituição de ensino particular. Eles tem o direito de elaborar suas regras e seus precedentes para aceitar ou não alunos. Eu sempre achei que essa história era um pouco mais longa do que aquela divulgada na mídia. Não consigo acreditar que a comoção pública na faculdade foi resultado apenas de um único vestido.



É assim que a aluna diz que estava vestida naquele dia. Agora, vamos combinar. Não. Não era assim. Qualquer pessoa que já viu um vestido desse pessoalmente, sabe que ele não é desse tamanho. Esse tipo de vestido sobe ao primeiro passo, ficando do tamanho de, no máximo, um palmo. Ele não é do tamanho que a foto mostra, onde está, claramente, esticado.




Foi errada a atitude dos alunos da Uniban? Foi. Independente do vestido, da pessoa, do histórico da pessoa, em momento algum deve-se tentar humilhar alguém, ainda mais por um fato tão banal. A Uniban deveria sim ter contido seus alunos antes do assunto tomar tamanha proporção. Onde estavam os professores, os diretores, o reitor dessa faculdade enquanto isso acontecia?

Agora, nada justifica a expulsão da estudante da faculdade. Tendo em vista que a vitima da agressão foi ela, porque motivo ela deve sair da cena do crime? Se o fato chegou a esse ponto, pode-se acreditar que a Uniban não tomou todas as medidas que garante ter tomado antes de expulsar a garota. E aqueles que gritavam, criaram o tumulto, pararam um dia letivo, não deveriam esses ter o mesmo destino?

A universidade estava errada ao permitir que um escândalo acontecesse dentro de seu espaço. Os alunos errados ao atacarem moralmente assim uma pessoa, que além de tudo estava sozinha e sem chances de defesa. A aluna errada ao não saber se adequar - como podemos dizer, vestimentalmente?! - dentro de uma instituição de ensino. Enquanto isso, devido a cobertura que o caso tomou, a aluna aproveita a situação para ocupar, muito bem, o papel de vítima. A universidade para ocupar, muito bem, o papel de acusadora. E nós, meros espectadores de uma história tão absurda, ocupamos aqui o papel de julgadores, mesmo sem merecermos esse lugar, já que nunca saberemos a história completa que culminou na degradação de um mini vestido rosa pink.

domingo, 1 de novembro de 2009

7
Uma visão sobre This is It - Michael Jackson



Perdemos um grande show. É o melhor comentário que podemos fazer ao assistir "This is It". A volta de Michael Jackson aos palcos estava sendo detalhadamente preparada, e o que poderiamos esperar é um show como o mundo não via há muito tempo.

O que vemos no filme é um Michael Jackson que os fãs já conheciam. Profissional. Educado. Amável. Perfeccionista. Criança. Um Michael Jackson que conhece profundamente suas músicas, cada nota, cada levada. Conhece o gosto de seus fãs. Conhece todos os passos de suas coreografias. Que briga com a equipe, exige que as coisas sejam feitas do jeito que ele escreveu. "É assim que os meus fãs querem ouvir". Mas que briga do jeito mais educado que uma pessoa pode brigar. "It's all for love. L.O.V.E.". Como não respeitar?

O filme é simples, direto. Faz direito o que se propõe a fazer. Mostra o ensaio das principais músicas (podemos perceber que algumas ficaram de fora, talvez uma jogada de marketing para o lançamento do DVD - Como Michael iria fazer um show sem Heal the World?) seguindo o set list original. E é nessa hora que o filme apaixonou os céticos, aqueles que criticavam, aqueles que não conheciam Michael Jackson. Pois ao mostrar o ensaio no seu estado bruto, mostra um Michael Jackson que, no alto de seus quase 51 anos não perdeu a voz e o rebolado. Michael ainda canta, ainda tem voz, ainda alcança as notas. Michael sabe todas suas coreografias, marca os passos como se estivesse contando até três. Simples assim. Natural. Não somente por ser algo que faz por 40 anos, mas por ser aquilo que ele melhor sabe fazer.

Em momento algum o filme cita o dia em que Michael nos deixou. Não foca em melancolia. Não é piegas. Como diz no inicio, é um filme feito para os fãs. Sendo feito para os fãs, foca naquilo que os fãs querem ver: Michael em ação. Uma pena, uma pena mesmo que não é um ensaio geral. Por muitos momentos, MJ se segura. Segura a voz. Segura os passos. Tudo para se poupar para os grandes shows, que nunca vieram. E é nossa hora que o coração aperta. "Estou poupando minha voz". "Nos vemos em julho". Mas logo em seguida MJ é levado pela emoção, e se joga em passos de Billie Jean. Se empolga no dueto com a [super]backing vocal em I Just Cant Stop Loving You e prova, de uma vez por todas, que não estava morrendo. Podemos ver um Michael feliz, se divertindo na grua que o faria chegar mais perto do público. Se divertindo com a nova filmagem de Thriller e Smoth Criminal. Dando espaço para que os novos de sua banda brilhem durante o show. E, como sempre, tentando salvar o mundo.

Michael tem uma consciência ambiental impressionante. De seu jeito, dá o recado: vamos parar de culpar "eles", assumir nossa culpa e cuidar de nosso planeta. Simples assim. Ah, se todos ouvissem Michael Jackson...



Tenho que confessar que o inicio do filme me encheu de lágrimas. Ver todos os bailarinos-fãs, sorrindo, felizes, comemorando estarem no palco com o rei. Ver MJ ensaiando com muito cuidado um show que nunca iria acontecer. Mas as lágrimas logo passam, quando você entra no clima do ensaio e se sente mais um bailarino, babando, olhando para o palco, enquanto Michael Jackson dá seu show. E o filme te deixa com uma sensação de "quero mais". Cem minutos é muito pouco. Quero mais música. Mais coreografia. Mais Michael Jackson. Quero o segundo verso de Black or White. Quero Man in The Mirror inteira. Quero Moonwalk. Quero MJ vivo para nos mostrar tudo o que ele queria!

Infelizmente, ficaremos querendo. This was supposed to be it. Presenciamos o ensaio de um show perfeito, que nunca foi. The greatest show on earth. E, além de tudo, perdemos o melhor artista da história. O mais completo. O único que escreve, compõe, dirige, coreografa, atua. O único que consegue mandar no diretor de seu show (Ortêêêga) sem que esse ao menos perceba. Perdemos um dos seres humanos mais humanitários do mundo, que simplesmente queria levar mais amor para as pessoas. Queria que o homem voltasse a sua essência, se respeitasse. Queria salvar o mundo. Um artista pop completo, que canta. Playback, o que é isso? Michael Jackson é cantor. Tem voz. Conhece o palco como ninguém. Conhece sua potência, sua força. Sabe que é bom. E sabia que estava fazendo o melhor show que o mundo poderia ver. Infelizmente, ficaremos na imaginação. Pois outro Michael Jackson não nascerá. This is it.




Algumas dicas:
- Fique até o fim dos créditos! Há duas cenas depois que as letrinhas acabam, além da música de fundo ser Heal The World ao vivo.
- Ainda não viu? Vá ver o filme. Vale cada centavo.
- Já viu? Veja de novo. É o que farei ;)